O Budismo é provavelmente a tradição espiritual em maior expansão no mundo ocidental. Num momento em que estamos, por assim dizer, perante a escolha entre uma visão materialista do mundo, estreita e que não dá sentido à nossa existência, e as religiões tradicionais que exigem demasiada credulidade da nossa parte para serem ser aceites, o Budismo oferece uma alternativa muito antiga, mas radical.
Cada vez mais as pessoas começam a compreender que ao recusarem as crenças religiosas tradicionais da nossa sociedade, deitaram fora a espiritualidade ao mesmo tempo que essas crenças irracionais e voltam-se para o budismo na esperança de redescobrirem valores humanos e espirituais que tanta falta fazem no triste consumismo da nossa época.
Mas para muitas pessoas o budismo é um fenómeno incompreensível, e a leitura de alguns livros sobre o assunto não chega para clarificar as dúvidas. Não que os ensinamentos do budismo sejam particularmente difíceis de compreender. O que acontece é que a natureza mesma do budismo escapa ao modo de pensamento habitual no ocidente, e por isso é difícil para nós termos uma imagem clara do que ele é.
É por esta razão – e apesar de tudo o que tem sido dito e escrito sobre o assunto – que a maior parte dos ocidentais ainda não tem uma ideia clara do que é realmente o budismo.